sexta-feira, 5 de junho de 2009

Breaking dawn


Depois de 4 horas de voo, eis-nos chegados a Dakar, onde o vento quente da noite faz esquecer que passa pouco da uma da madrugada. Dakar, vista aérea, é tão diferente de Bissau. A minha primeira aterragem subsahariana é daquelas memórias que dificilmente esquecerei - nariz colado ao vidro do avião, um nervoso miudinho pela aterragem que se antecipa num solo que não se vê, escuridão sobre escuridão em Bissau, e ao fundo apenas as luzes do aeroporto. Dakar, pelo contrário, é já cidade vista do ar, com luz eléctrica a desenhar trilhos. O nervoso miudinho, esse, é mais ténue - quase subtil - num vôo que desta vez é compartilhado com outros 11 companheiros de aventura.

Seguimos para Mbambaye, a 150 kms de Dakar, aproximadamente 4 horas de viagem de autocarro. A primeira parte da viagem decorre tranquilamente, numa estrada de alcatrão em cujas margens nos saúdam vários nomes familiares: Philip Morris, Orange, a incontornável Maggi nos países em vias de desenvolvimento (onde com um cubo de caldo se disfarça a carne que não há). A viagem continua no terreno desértico que nos acompanhará até ao final da missão, até chegar ao acampamento.

O nascer do dia revela-nos o acampamento onde passaremos estes dias: tendas duplas, um espaço para as refeições, com cadeiras e mesas para o serão, uma rede, colchões para descansar nas horas de calor - onde, com sorte, teremos histórias para compartilhar.


O cansaço da viagem embala-nos devagarinho para as poucas horas de sono de hoje. Com este vento genesíaco sobre as tendas, e os cânticos muçulmanos ao longe, é tão fácil adormecer.
Amanhã começa a aventura.

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