quinta-feira, 4 de junho de 2009

Senegal

África minha, quase um ano depois.
O encanto por esta terra é o mesmo, a vontade de partir, maior.
A momentos da partida, o medo está lá, onde sempre esteve, a brincar às escondidas com esta expectativa maior de regressar à terra da terra vermelha, da bola de fogo no horizonte, dos sorrisos fáceis e gratuitos, que nos fazem ter vergonha por tudo o que temos não ser sempre suficiente para nos fazer felizes.

Nesta terra esquece-se o tempo, esquece-se a futilidade, a arrogância, a insatisfação que os dias nos fizeram acreditar serem nossas. Nesta terra, só há margem para o agradecimento pelo pouco que nos falta - e pelo tanto que nos sobeja.

Por isso, voltar aqui é sempre um regresso às origens. Voltar a nós próprios, recordar o essencial, sentir que os nossos gestos podem fazer a diferença - mesmo que pequenina, mesmo que incógnita. Saber que os sonhos estão no seu lugar exacto, e que enquanto assim for será sempre fácil sermos fiéis a nós próprios.

África minha, quase um ano depois.
O encanto é o mesmo. E foi impossível resistir ao regresso.


Senegal | 2009

1 comentário:

che manel disse...

Sempre um prazer voltar a ler-te!