quinta-feira, 14 de agosto de 2008

[Para levar]

A liberdade imensa da chegada a Bissau na mais plena escuridão, com tanta coisa pela frente.
A ironia dos caminhos traçados, onde nos atalhos se encontra o verdadeiro destino.
A imprevisibilidade dos planos. As surpresas.
As portas abertas ao vento da mudança e do imprevisto.


Os sorrisos imensos que trocámos, de súbito todos iguais.
As pequenas mãos que se prendem e nos prendem para sempre.
O abraço onde cabe toda a nossa redenção.
O nosso contributo, uma gota ínfima.


Os encontros inesperados. Os encontros que parecem escritos antes de nós os sabermos.
As mãos que se estendem como as nossas.
As palavras que dizemos na mesma voz.
As vidas que se dão plenas sem sombra de arrependimento.


O pôr do sol em África - incomparável, único, inesquecível.
O verde intenso em todo o lado e dentro de nós.
Os cajueiros e as palmeiras enormes pela beira da estrada.
O cheiro desta terra primeira, anterior ao tempo.
As noites embaladas pelo canto das rãs, pela chuva e pela trovoada.



O caos de Bissau. Toca-tocas com tanta gente quanta cabe.
As cores do mercado do Bandim. Mamãs vestidas com "esperas".
Caldo de chabéu. Maaza de goiaba. Mangos.
As viagens feitas à chuva e ao riso na parte de trás de carrinha.
As boleias pelo caminho. "Branco pelélé" e "pretumbau" no mesmo riso.
A descoberta dos outros. A descoberta de nós.
A descoberta de todo um mundo para além do nosso.

Desejar ser melhor. Trabalhar em ser melhor.
Caminhar por um sonho. Cumprir.

Pertencer. Aqui.

1 comentário:

Joana Almeida disse...

simplesmente: Parabens!!!